terça-feira, 11 de novembro de 2008

CIÚME, por Roland Barthes

O meu livro favorito é "Fragmentos de um discurso amoroso", de Roland Barthes. Não sou bem uma pessoa romântica, mas gosto de relações intensas. Ganhei o livro no dia 02/12/97 de uma grande amiga, Luiza Archanjo, rondoniense e hoje jornalista, numa caixinha colorida e com uma dedicatória que só se espera das amigas realmente do coração: "A caixa é bonita porque o livro é velho..., este me acompanhou por muito tempo". Essa atitude mostra um desapego gigantesco! Luiza, te AMO muito, apesar de toda a distância que nos separa!!!


Talvez esse seja um dos motivos que faz desse livro tão importante para mim hoje... para comparar esta atitude dela com um trecho do livro, mas de uma maneira que contrapõe totalmente esse sentimento do desapego, escolhi para compartilhar com vocês hoje o capítulo sobre ciúme!



"Quando amo, sou exclusivista", diz Freud, citado por Barthes. "Sentimento que nasce no amor e que é produzido pelo medo de que a pessoa amada prefira um outro" (Littré).




Eu tenho como missão de vida trabalhar por causas coletivas, defendendo as questões socioambientais, muitas vezes em ações voluntárias que me dão um intenso prazer. Eu me vejo no outro, e não consigo viver de outra forma. No entanto, quando se trata de um amor carnal, não há maneira de eu ter sentimentos coletivos. A intensidade é egoísta e ao mesmo tempo temerosa, porque eu sempre acho que qualquer concorrência pode apagar o meu amor. Enfim... talvez por este motivo eu tenha 30 anos e nenhum relacionamento duradouro, sério ou que siga os padrões sociais... recebi uma mensagem de uma amiga no Orkut hoje que não via há uns 15 anos. Ela está casada, tem três filhas lindas, pelas fotos do álbum está super feliz! Eu tambem estou feliz, mas você não encontrará em meu álbum qualquer coisa parecida com esta descrição.




Se estou escrevendo sobre isso, de alguma forma isso me incomoda... tenho certeza que não quero seguir um modelo tão tradicional quanto o da minha amiga, mas toda a intensidade que eu coloco no meu trabalho pode ser um catalisador de outras energias não utilizadas... Muito disso é medo do envolvimento, pois sou MUITO CIUMENTA. A qualquer indício de ameaça, eu tiro o meu time de campo...




"Como ciumento sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo de sê-lo, porque temo que meu ciúme machuque o outro, porque me deixo dominar por uma banalidade: sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser COMUM".


Às vítimas do meu ciúme, meus pedidos de desculpa! Tenho na minha cabeça e no meu coração neste momento um sentimento mal resolvido, que espero que se transforme em boas lembranças ou numa realidade sólida...

Isso só o tempo dirá!





2 comentários:

Patrick disse...

Uia,não sabia que a Ivinha era ciumenta! Tem ciúmes do irmãozinho também? rs
Ficou da hora a formatação do blog! Eu nem sabia que isso era possível! Preciso fazer isso no meu também...
uuuuta la la.

Wander Florencio disse...

Ivy , vc virou blogueira tb, legal!!!